sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Poesia Bruta - Sobre a faixa Circo dos Horrores Sociais

O verbo "defenestrar" significa atirar algo ou alguém pela janela. É assim que começa a música Circo dos Horrores Sociais: uma garota teme por sua vida, dizendo que ela acabará sendo defenestrada de seu apartamento do 11º andar. Mas em seguida, ela revela que está sozinha no apartamento. Por que essa garota pensa em suicídio?

Esta música usa um circo de horrores como metáfora de uma vida oprimida por um trabalho desgastante. E quando, mesmo se matando no emprego diariamente, as contas parecem impossíveis de serem pagas? O eu-lírico da música faz malabarismos para se manter, mas tudo parece perdido. A garota pensa em escapar, não só do emprego, mas da vida. No fim, seu patrão exige tanto dela que ela chega à conclusão de que não tem direito nem à morte, por tantas obrigações e trabalho que ela ainda precisa fazer. Ela precisa continuar vivendo. Precisa continuar a trabalhar. Porque o show tem que continuar...

Segue a letra:

Assim, na madrugada, vou ser defenestrada
Estou só no décimo primeiro andar
Mas que impertinente
Toda essa gente em frente ao circo dos horrores sociais

Me deixem em paz, eu não vou entrar
Quem vai me obrigar? Quem?

Deixa isso pra lá, o chicote e a raiva a gritar
Com gentileza autoritária
O show tem que continuar

O patrão com a faca e a força na mão
Sutileza de elefante
The show must go...

Onde está meu monociclo? me equilibro nisso
E não consigo nem equilibrar
Meu parco orçamento
Nesse momento eu sento em um balde d'água e vou cair

Não vão aplaudir, mas vão gargalhar
E se eu chorar? E se...?

Se a lágrima cair vão me explodir
Me esquartejar em mil torturas
O show tem que continuar
O patrão com a faca e a forca na mão
Sutileza de elefante
The show must go on...

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