segunda-feira, 17 de março de 2014

"Sentar o pau!"


Era uma terça-feira, 9 da manhã, fui encontrar o Fabiano Negri pra montar as guias que usaríamos na gravação do Poesia Bruta... naquele dia discutiríamos a faixa Circo dos Horrores Sociais. Sempre quis fazer uma música que tivesse aspectos de música circense, mas puxado para algo meio macabro. A letra também ajuda a criar este clima: como eu disse neste post, a música fala de uma trabalhadora que chegou no seu limite (ah! como eu amaria fazer um clipe pra essa música! Algo que lembrasse uma mistura de Clube da luta, Cisne negro e Um dia de fúria!)...

Cheguei lá pontualmente, e ele já estava trabalhando nisso sei lá a quanto tempo, porque a guia já estava praticamente montada, e ele disse "ouve isso! Tá 'um pouco' diferente do que você tinha pensado, mas acho que tá animal!" Bom, "animal" era pouco... Ele colocou umas guitarras insanas, pesadas, simplesmente fantásticas! E ficou definido que seria assim, e que a música seria tocada numa guitarra de 7 cordas.

Então no último sábado voltamos ao Minster para fechar a parte instrumental do Circo. E lá estava: uma Ibanez de sete cordas com um som totalmente destruidor. O Fabiano olha pra ela e fala "ok! Agora vamos ver se eu consigo tocar ela!"
Oi?
Pois é, a guitarra é totalmente diferente do que o Fabiano está habituado, e somando isso ao perfeccionismo de todos nós, foi uma sessão bem complexa e trabalhosa. Principalmente no começo da música (claro, depois de um tempo o Fabiano se acostumou e tirou de letra), foi necessário tocar diversas vezes o começo da música até que saísse de uma forma que todos ficasse satisfeitos.

Bom, logo no começo da gravação na música, na faixa da bateria, o Elthon Dias havia gritado "Sentar o pau!", provavelmente se referindo ao fato de que a música é bem na porrada... e a frase saiu na gravação. Nessas de gravar e gravar e gravar de novo o riff de introdução da música, acredito que ouvimos a frase "Sentar o pau" umas 20 vezes! No fim, já estava até comentando com o Ricardo Palma que devíamos deixar a frase na versão final! Tipo um easter egg, sabe?

Quando o Fabiano terminou de "sentar o pau" na guitarra, passamos ao teclado. Quando fiz essa música, queria que a introdução e o final dela remetesse à melodias circenses, então "do nada" vinha uma melodia em 3 tempos, com uma intensão meio macabra. O produtor quis tirar, mas eu bati o pé! Entramos no acordo que esta parte ficaria no final da música. É aí que entra o teclado! Encontramos um timbre que lembrava um acordeon meio antigo que casou perfeitamente no propósito da música. Em seguida, uma outra frase com um timbre de piano foi acrescentada, fazendo uns floreios numa intenção de "caixinha de música"...

Olha, não é por nada não, não é por ser música minha... mas ela ficou sensacional!!! Bom, pra ela ficar pronta, falta apenas o vocal. Talvez esta semana teremos mais uma sessão de instrumentos que ainda faltam. Muita coisa pra correr atrás ainda! Mas o projeto está tomando forma, e está ficando muito bom! Em breve, mais novidades...

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