terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Poesia Bruta - Sobre a faixa Folha, Estadão e Afins

Esta música é a mais recente do álbum. Foi escrita num caderno de faculdade, enquanto eu estava sentada na saída do "bandejão". Nessa época eu estava envolvida e engajada com a política, e ajudava a vender um jornal autofinanciado de esquerda chamado "Causa Operária".

A música é uma crítica aos órgãos da imprensa convencional que manipula a opinião dos leitores de acordo com seus próprios interesses e o interesse das empresas que patrocinam esses órgãos. É histórico o poder da mídia... ela cria heróis e vilões, elege imbecis e depõe os que não lhe convêm. E muitas vezes conversando com pessoas aleatórias, é possível notar na opinião "das pessoas" o eco daquele jornal tendencioso que espalhou adjetivos e preconceitos por toda a matéria. Essas pessoas nem percebem que a opinião que elas propagam não são, de fato, delas. Acabam por defender ferrenhamente, nas discussões, aquele pensamento corrompido que alguém pagou - e muito! - pra que fosse veiculado.

Enfim, segue a letra:

Leia o título, vire a página
Toda FOLHA, propaganda
Quem vai pagar sua voz pra você falar?
Por quanto vai curvar a sua opinião?

VEJA, ISTOÉ um ESTADO
Sem sentido, deplorável
Quem vai turvar seu céu? Quem vai manipular?
Quem vai querer forjar? Em quem vou acreditar?

Que assim quero deixar bem claro
Quem paga o seu "salário" de bilhões
E o consumidor não vá achar que suas frases são reais


A notícia pré comprada
Distorcida, deformada
O puro creme da mentira no papel
Que vai determinar o julgamento do réu

Eu só quero deixar bem claro
Quem paga o seu "salário" de bilhões
E o trabalhador não vá achar que as suas frases são reais